Presidente do Equador diz que fechará emissora privada de TV
Canal teria violado uma lei local ao difundir suposta conversa de Correa.
Segundo ele, gravação foi realizada de modo clandestino em sua mesa.
O presidente do Equador, Rafael Correa, afirmou neste sábado (29) que pedirá o fechamento de um canal de televisão privado por ter violado uma lei local ao difundir suposta conversa de Correa com seus colaboradores e aliados.
O canal Teleamazonas, de cobertura nacional e com postura crítica à gestão do governo, deu espaço no noticiário a uma denúncia de um líder da oposição, que acusou o presidente de não ter informado sobre mudanças de última hora na Constituição socialista, aprovada em um referendo no ano passado.
A emissora privada transmitiu a gravação que, segundo Correa, foi realizada de modo clandestino em sua mesa, violando a lei de radiodifusão que proíbe aos veículos propagar vídeos e áudios sem autorização dos envolvidos.
"Pedirei de acordo com a lei o fechamento do Teleamazonas doa a quem doer", disse o presidente em sua intervenção semanal na rádio e na televisão.
"Claramente quebraram a lei e o regulamento de rádiodifusão". Ele afirmou que não se importou com as críticas internacionais de que seu pedido seria um atentado contra a liberdade de expressão.
Nenhum representante do canal Teleamazonas estava imediatamente disponível para comentar o assunto.
O Teleamazonas já foi sancionado anteriormente pelas autoridades com multas. Contudo, de acordo com a lei, uma terceira ocorrência é motivo para seu fechamento por determinado período ou definitivamente, dependendo da gravidade da infração.
Correa anunciou ainda que iniciará uma investigação contra o Partido Sociedade Patriótica (PSP), do ex-presidente Lucio Gutiérrez, ao qual acusa de espionar o governo e de ter gravado ilegalmente a conversação citada.
"Isso é um atentado contra a segurança nacional; quem espionou a reunião será preso, não vamos aceitar esse tipo de coisa", afirmou o presidente.
Reality show
O presidente equatoriano exigiu ainda a retirada do reality show da controversa animadora peruana Laura Bozzo do canal público "TC-Televisión".
Correa desafiou o diretor da empresa, Carlos Coello, e pediu que não apresente mais o programa.
Logo depois, Coello anunciou que o canal decidiu tirar o programa de Laura do ar.
"Não podemos ser tão inconsequentes. Então, agora mesmo, tire essa porcaria do ar", pediu Correa, em seu habitual relatório de sábado, no qual qualificou o programa como uma "imoralidade".
O líder disse que esse tipo de programa poderia ser apresentado na televisão privada e não em um canal estatal.
Segundo Correa, os diretores do "TC-Televisión" tinham explicado que a contratação do programa de Laura tentava subir o nível de audiência do canal, justificativa que não foi aceita pelo presidente equatoriano.
"O argumento que me deram é que esse tipo de programa sobe a audiência. Baixemos a audiência. É melhor educarmos nossa gente. Não podemos cair na prática desta imprensa imoral e corrupta, que fazem da comunicação um negócio", acrescentou o governante.
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