Governadora do RS é acusada de ser beneficiária de esquema de fraudes.
Yeda nega irregularidades que teriam dado prejuízo de R$ 44 milhões.
A juíza federal Simone Barbisan Fortes rejeitou nesta segunda-feira à noite (10) pedido do Ministério Público Federal de afastamento da governadora Yeda Crusius (PSDB) do cargo. Na decisão, a juíza diz que o afastamento é “desnecessário” porque entre outros motivos, “não seria útil à instrução [do processo].
Yeda é acusada de improbidade administrativa. Segundo o MP, a governadora teria sido uma das beneficiárias de um esquema de fraude que desviou R$ 44 milhões do Detran do estado entre 2003 e 2007. A governadora nega.
Segundo a governadora, os procuradores armarem um "circo político" no qual não apresentaram provas, sob alegação de segredo de Justiça. "Não sei do que sou acusada" , afirmou a governadora. Ela disse ainda que, "se for legal" , ela própria divulgará o teor das acusações assim que seu advogado tiver acesso ao processo. "Eu sou uma pessoa que respeita as leis."
'Iceberg'
A expectativa da deputada Stela Farias (PT), autora do requerimento, é de que, cumpridos os prazos regimentais de conferência de assinaturas e indicações de integrantes, a CPI seja instalada no dia 20 de agosto. Na primeira sessão, a comissão deve definir um plano de trabalho para definir os rumos da investigação.
Para a deputada, há uma "capilarização da corrupção em várias estruturas do estado". "São padrinhos políticos com agentes indicados em estruturas do estado visando a articulação, beneficiamento, tráfico de informações, fraude em licitação, drenando os recursos públicos para o enriquecimento ilícito, para o financiamento de partidos e pelo caixa 2. Estamos diante de um pequeno iceberg", afirma.
Nota do governo
Na quarta, o governo divulgou uma nota sobre a ação do MPF e afirmou que foi montado um "circo político". Segundo a nota, o anúncio deixou "estarrecidos a
todos quantos defendem o estado democrático de direito (...) porque, com perversidade, não deram a conhecer os elementos da ação para que os citados publicamente possam se defender".
O governo diz que a governadora não pode ser "precipitadamente" chamada de ré sem que tenha sido ajuizada uma ação penal. "E mais, no entendimento do Supremo Tribunal Federal nem caberia ajuizamento da ação de improbidade administrativa contra a governadora, agente político que é."
Segundo a nota, "a recuperação administrativa e financeira do Rio Grande do Sul é a prova da seriedade, honestidade e probidade com que o Estado é gerido."
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