9.7.09

A polemica continua! As duas opiniões sobre o diploma de jornalismo ( Deu no blog do Whanfil )


A polemica continua! As duas opiniões sobre o diploma de jornalismo.

Hoje o STF julga a obrigatoriedade do diploma de jornalismo para o exercício da profissão. O tema gera clamores de indignação entre grupos organizados, especialmente os sindicatos. Dos que trabalham e sabem que possuem empregabilidade, os profissionais de ponta, boa parte é indiferente ao fim da exigência. Eles não temem a concorrência, pois possuem fontes e sabem escrever e/ou produzir vídeos e áudios, enfim, são necessários e indispensáveis. Alguns desses são contra a mudança porque dão aulas em faculdades e receiam que o mercado acadêmico (e a renda) reduza.

Os contrários ao fim da obrigatoriedade alegam que a qualidade da informação corre risco, uma vez que as empresas de comunicação poderiam contratar leigos e analfabetos funcionais no lugar de jornalistas só para pagar menores salários. Ocorre que o salário de quem é formado já é baixo. O piso é de pouco mais de mil e cem reais. Ademais, é estranho imaginar que um jornal conceituado abra mão da qualidade, movimento que seria prontamente percebido pelos leitores. Imaginem o Diário do Nordeste demitindo seus jornalistas para contratar estudantes secundaristas. Quem ganharia com isso? Ora, seu principal concorrente, jornal O Povo, que teria a oportunidade de ouro de aumentar as vendas tomando consumidores do adversário - afinal, o leitor não é burro, quer o melhor. Portanto, o argumento de que a qualidade cairia pela troca de pessoal especializado por gente inapta é falso, uma vez que corresponderia ao suicídio comercial da empresa que assim agisse. O que vai acontecer com o fim da obrigatoriedade, na prática, é que alguém muito bom numa outra área, um médico ou um advogado, um professor de história ou geografia, por exemplo, poderão assinar matérias, enriquecendo o conteúdo. Certo mesmo é que o sindicato perderia poder político e que faculdades também correriam o risco de ter menos alunos. De qualquer forma, numa seleção para jornalistas em início de carreira, profissionais diplomados teriam vantagem sobre os de outras áreas.

Ditadura e liberdade
A exigência do diploma está na Lei de Imprensa, de 1967, implantada na ditadura militar. Foi um artifício para restringir o acesso de profissionais liberais aos jornais e de controlar melhor a atividade jornalística. Com o tempo, os cursos de jornalismo foram dominados por militantes de esquerda, que passaram a doutrinar os alunos. Daí que, no Ceará, apenas dois jornalistas se declaram de direita, com conhecimento de causa: o Themístocles de Castro e o Bruno Pontes. Daí que numa redação quase todos são eleitores de Lula, Luizianne ou Renato Roseno (levante a mão o jornalista que votou em Moroni Torgan!).

É claro que podem haver distorções. Podem haver empresas que optem por misturar profissionais meia-boca com aventureiros, pagando quinhentos reais em vez do piso. Mas aí é preciso que a legislação esteja atenta. Não é o diploma que faz o piso salarial, mas a atividade profissional. Para isso existe a Justiça do Trabalho.

Internet
Outro argumento contra o fim da obrigatoriedade diz que somente nas universidades as técnicas podem ser devidamente aprendidas. Ora, isso é forçar a barra. As tais técnicas do jornalismo não são complicadas. O negócio é saber escrever e ter acesso à informação. Os maiores jornalistas da internet brasileira aprenderam a webjornalismo aonde? Hipertextos, formatação de linguagem, uso de imagens, tudo isso foi uma construção que aos poucos foi consolidando formas. Agora é que os cursos de graduação começam a trabalhar disciplinas voltadas para a internet, mas a bibliografia é pouca. Até porque as coisas mudam muito rápido. O twiter é uma novidade que a maioria dos professores não usa. E aí?

Encerro com uma frase do editoria do jornal Folha de São Paulo (casa de alguns dos melhores jornalistas do país) desta quarta:

A obrigatoriedade do diploma afronta a liberdade de expressão, diminui a oferta de informação de qualidade e se reveste de anacronismo na era da internet, quando todos têm a oportunidade de apurar e publicar notícias.

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