(Imagem www.botecodesign.org/.../)
Os fogos estouraram no céu por horas. O Brasil não havia ganhado. Por que havia fogos? Escrevo de Búzios. São 50 nacionalidades diferentes vivendo em uma pequena península de areia e mangues aterrados, no verão a Rua das Pedras é uma Babel. Os fogos vieram de Holandeses que moram aqui, mas veio muito mais de argentinos, a segunda população da cidade, e que deram a Búzios uma espécie de dialeto; o portunhol buziano. Não há lugar mais difícil de viver quando o Brasil perde do que Búzios, hoje pela manhã quando chego ao trabalho um Hermano ao longe me avistou e disse: “Eh tico que Passas?”...esbocei um riso amarelo e respondi: “ No passas nada Hermano”, rimos os dois. A convivência é pacifica entre brasileiros e argentinos, salvo exceções de ambas as partes. A presença argentina é tão forte que influencia em nossa cultura e assim forma uma parte de nós que não podemos negar. O habito de comermos empanadas acompanhados de mate gelado e expressões em espanhol dentro de nosso bagunçado vocabulário. A influencia é tão forte que para a maioria dos nativos buzianos todo gringo é argentino. Uma vez fazia um curso, e o Fluminense havia jogado contra um time Argentino na Libertadores. Um nativo disse: “Rapaz, sou flamenguista, tentei torcer contra o Fluminense, mas não consegui não! Olhei aquele time argentino e pensei em Nani em Armando...e não deu.” . No caso, o Nani do qual ele se refere era Nani Manccini ( empresário buziano de naturalidade francesa) e o Armando era o Ex secretario de Turismo e também empresário Armando Ehrenfreund ( Que srrssr é paulista). Outra vez vi um desentendimento entre dois homens em um bar, um Italiano e um brasileiro nativo de Búzios: “ OH gringo se manda! Vem lá da Argentina e quer tirar onda aqui no meu pais!”. Esses são casos isolados que uso só para ilustrar como a figura do argentino é parte de Búzios. Mas há claro, hostilidades vindas dos argentinos para os nativos também. Mas no mais reina uma convivência pacifica que já gerou muitas amizades e casamentos entre nativos e hermanos.
Victor Viana
Nenhum comentário:
Postar um comentário