17.12.12

Entrevista com o grande produtor musical e poeta Mohamed Johnson




Recebeu nossa equipe em seu apartamento em Nova York

Fiz o primeiro contato com Mohamed Johnson por e-mail e fomos nos “falando” até que consegui marcar a entrevista. Na verdade a entrevista foi marcada pela minha secretária Jessica Mourat, que tem belos olhos verdes.   Quando cheguei à Nova York fazia um frio de doer a alma, peguei um táxi e fui em direção a 5ª Avenida. Johnson estava me esperando em seu apartamento, me sentei no sofá coberto com peles de onça – Johnson tratou de explicar que eram de mentira – e me perguntou se podia fumar maconha enquanto era entrevistado, disse que sim.  A entrevista precisava ser rápida, precisava voltar no mesmo dia para o Brasil, não tinha grana para me hospedar ou passar mais que 5 horas nos Estado Unidos.
Mohamed Johnson em seu apartamento 

Macaco Martelo: Você é considerado um dos mais talentosos produtores musicais do momento, já recebeu elogios rasgados de Mick Jagger e João Gilberto, como se sente em relação a isso?

Mohamed Johnson: Sinto-me muito bem, gosto de receber elogios, na verdade realmente acredito que mereço esses elogios.  Trabalhei muito, desde quando vendia chocolates no  Brooklyn e discos em frente a casa de Lauryn Hill.

Macaco Martelo: A vida no  Brooklyn era difícil? Vender discos em frente à casa da Lauryn Hill foi uma estratégia?

Mohamed Johnson: Meu pai é pastor da Igreja Batista, eu era superprotegido e disciplinado, vendia chocolates para comprar discos e depois vendia os discos nos bairros bacanas de Nova York.  Vender discos na frente da casa da Lauryn Hill foi uma estratégia inconsciente. Eu precisava vender os discos mais caros do que eu comprava e por isso escolhi um bairro bacana. Como gostava da Lauryn e ela tinha brigado com o Ziggy Marley, pensei que talvez quisesse me namorar (risos e gargalhadas).

Macaco Martelo: Você fala sobre seu pai ser pastor, era uma igreja só para brancos?

Mohamed Johnson: Nos Estados Unidos o racismo é bem claro, me entende? Há sim uma predominância de moradores de pele negra no Brooklyn, mas há também descendente de irlandeses, latinos e asiáticos. Minha família chegou vinda da Irlanda, no início do século 20 atrás das tais oportunidades da América.  Chegando aqui meus avós se converteram ao protestantismo – eram católicos- e meu pai tornou-se pastor. Na igreja dele havia brancos e negros.

Macaco Martelo: E como você se converteu ao Islamismo?
Rindo cheio de Hemp na cabeça 

Mohamed Johnson: Foi já adulto e trabalhando como produtor, eu me tornei muito amigo do Mike Tyson e com ele descobri a religião Mulçumana. Meu nome cristão é Erick.

Macaco Martelo: O Islamismo sofre preconceitos nos Estados Unidos?

Mohamed Johnson: Sim, sim há preconceito, principalmente depois do 11 de Setembro, mas tá tranquilo.

Macaco Martelo: Como a música entrou na sua vida?  A música Gospel foi uma influência?

Mohamed Johnson: Com certeza, com certeza, eu tocava com os jovens da Igreja. Mas eu não tinha o talento para o canto que os outros tinham por isso fui me especializando em produzir o gospel. Quando ouvi o hip-hop pela primeira vez logo vi que dava para somar com o gospel e fazer um barulho legal.

Macaco Martelo: Quando veio o reconhecimento pelo seu trabalho? E pretende produzir o próximo disco do Caetano Veloso, como foi dito em uma nota na revista  Rolling Stone?

Mohamed  Johnson: Quando  fiz a trilha sonora dos filmes do cineasta austríaco Ustric Garistrickonosvosk. Eu não sei quem é Caetano Veloso.






Macaco Martelo: Vindo da selva editorial das grandes viagens, jornalismo gonzo e desengonçado.
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Bo Montenegro Muito boa a materia. Parabens!!! :-):-)


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