Recebeu nossa equipe em seu apartamento em Nova York
Fiz o primeiro contato com Mohamed Johnson por e-mail e fomos nos “falando”
até que consegui marcar a entrevista. Na verdade a entrevista foi marcada pela
minha secretária Jessica Mourat, que tem belos olhos verdes. Quando cheguei à Nova York fazia um frio de
doer a alma, peguei um táxi e fui em direção a 5ª Avenida. Johnson estava me
esperando em seu apartamento, me sentei no sofá coberto com peles de onça – Johnson
tratou de explicar que eram de mentira – e me perguntou se podia fumar maconha
enquanto era entrevistado, disse que sim.
A entrevista precisava ser rápida, precisava voltar no mesmo dia para o
Brasil, não tinha grana para me hospedar ou passar mais que 5 horas nos Estado
Unidos.
Mohamed Johnson em seu apartamento |
Macaco Martelo: Você
é considerado um dos mais talentosos produtores musicais do momento, já recebeu
elogios rasgados de Mick Jagger e João Gilberto, como se sente em relação
a isso?
Mohamed Johnson: Sinto-me
muito bem, gosto de receber elogios, na verdade realmente acredito que mereço
esses elogios. Trabalhei muito, desde
quando vendia chocolates no Brooklyn e discos em frente
a casa de Lauryn Hill.
Macaco Martelo: A
vida no Brooklyn era difícil?
Vender discos em frente à casa da Lauryn Hill foi uma estratégia?
Mohamed Johnson: Meu
pai é pastor da Igreja Batista, eu
era superprotegido e disciplinado, vendia chocolates para comprar discos e
depois vendia os discos nos bairros bacanas de Nova York. Vender discos na frente da casa da Lauryn Hill foi uma estratégia
inconsciente. Eu precisava vender os discos mais caros do que eu comprava e por
isso escolhi um bairro bacana. Como gostava da Lauryn e ela tinha brigado com o Ziggy Marley, pensei que talvez quisesse me
namorar (risos e gargalhadas).
Macaco Martelo: Você
fala sobre seu pai ser pastor, era uma igreja só para brancos?
Mohamed Johnson: Nos
Estados Unidos o racismo é bem claro, me entende? Há sim uma predominância de
moradores de pele negra no Brooklyn, mas
há também descendente de irlandeses, latinos e asiáticos. Minha família chegou
vinda da Irlanda, no início do século 20 atrás das tais oportunidades da
América. Chegando aqui meus avós se
converteram ao protestantismo – eram católicos- e meu pai tornou-se pastor. Na
igreja dele havia brancos e negros.
Macaco Martelo: E
como você se converteu ao Islamismo?
Rindo cheio de Hemp na cabeça |
Mohamed Johnson:
Foi já adulto e trabalhando como produtor, eu me tornei muito amigo do Mike Tyson e com ele descobri a religião
Mulçumana. Meu nome cristão é Erick.
Macaco Martelo: O
Islamismo sofre preconceitos nos Estados Unidos?
Mohamed Johnson:
Sim, sim há preconceito, principalmente depois do 11 de Setembro, mas tá
tranquilo.
Macaco Martelo: Como
a música entrou na sua vida? A música
Gospel foi uma influência?
Mohamed Johnson: Com
certeza, com certeza, eu tocava com os jovens da Igreja. Mas eu não tinha o
talento para o canto que os outros tinham por isso fui me especializando em
produzir o gospel. Quando ouvi o hip-hop pela primeira vez logo vi que dava para
somar com o gospel e fazer um barulho legal.
Macaco Martelo:
Quando veio o reconhecimento pelo seu trabalho? E pretende produzir o próximo disco
do Caetano Veloso, como foi dito em uma nota na revista Rolling Stone?
Mohamed Johnson: Quando fiz a trilha sonora dos filmes do cineasta austríaco
Ustric Garistrickonosvosk. Eu não sei quem é Caetano Veloso.
Para entrar em contato com o Macaco Martelo
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