14.4.14

Chico Tabibuia: Disputado por Cabo Frio, Casimiro de Abreu e Silva Jardim

Barra de São João 
Chico Tabibuia  se chamava na indenidade Francisco Moraes da Silva e teria nascido em  Casimiro de Abreu (mas a certidão foi lavrada no cartório deste município  quando ele já tinha uns 30 anos), morou no distrito de Barra de São João e no distrito de Tamoios (Cabo Frio). Mas  há controvérsias sobre o local de seu nascimento,  a quem diga que o artista seria natural de Silva Jardim, onde também é homenageado.  É preciso registrar que por muitos anos foi visto como um artista de Barra de São João, mas para o fim da vida recebeu o reconhecimento de Cabo Frio. 


"Só represento o que Deus fez. Se Ele achasse que o "membro" é feio, teria feito o homem "liso". 


Teria nascido em algum mês do anos de  1936 e foi criado em extrema pobreza, ele nunca teve uma festa de aniversário quando criança, mas ao completar 60 anos, o já consagrado escultor pôde oferecer um almoço de 50 convidados. Lenhador de 1954 a meados de 1988, recebeu a primeira parcela do auxílio concedido pela I Bienal de Escultura do Rio de Janeiro - para o qual foi um dos 20 artistas

Chico Tabibuia tem esse nome por ter usado muito essa madeira como material de suas peças 
Era profundamente místico, quando jovem foi cambono de umbanda, sua produção nascia depois que ele sonhava, ao se converter a Assembleia de Deus passou a esculpir os EXÚS  para aprisioná-lo na madeira, "tirando-o de circulação, para não fazer mais mal ao povo". Procedimentos análogos encontram-se na África, onde Exu, patrono da fecundidade, tem representação freqüentemente bissexual e com grande falo, para simbolizar a importância do pênis sagrado, gerador da vida.

 Sua escultura é religiosa, respeitada e elogiada por críticos de arte e apresentada em importantes exposições: coletivas, em Paris e Cali (Colômbia); individuais, no Museu Nacional de Belas Artes, do Rio, em São Paulo, Niterói, Cabo Frio, Barra de São João e agora, Casimiro de Abreu e, em Barra, na nova Biblioteca Carlos Drummond de Andrade, um dos primeiros a elogiar, na imprensa, a obra singular de Chico Tabibuia


Silva Jardim 
 Sua maior escultura, e talvez recorde em nossa arte popular, é a "família de nove exus", com 1,80m de altura e 4m de perímetro na base. Ela está na Casa de Casimiro de Abreu e levou um ano para ser terminada, para a Prefeitura de Casimiro de Abreu.

Uma das mais ousadas esculturas eróticas de Chico Tabibuia - uma mulher que mantém relações sexuais com dois homens - esteve na monumental mostra de arte, a maior já aqui realizada, "Brasil, 500 anos", no Ibirapuera, São Paulo, com  apresentações em outras capitais, inclusive fora do país. 

Se alguém chocar-se com a representação, de corpos completos, com seus órgãos sexuais, vale lembrar o que diz Tabibuia: "Só represento o que Deus fez. Se Ele achasse que o "membro" é feio, teria feito o homem "liso". 


Peças de Chico Tabibuia podem ser vistas gratuitamente no Museu Casa de Casimiro de Abreu em Barra de São João, na Sala Chico Tabebuia em Tamoios ( 2º distrito de Cabo Frio) e no Museu de Silva Jardim.



Sua obra hoje é disputada por várias cidades 


"Tabibuia teve uma iluminação soberba, ao declarar que numa de suas obras (Puri) a natureza é de feminina e feminino".

Carlos Drummond de Andrade

Nenhum comentário:

Postar um comentário