27.12.11

A lenda do Pastor que destruiu a própria a igreja! ( Por Clovis Batebola)

Dando continuidade aos meus relatos de experiências no protestantismo sigo com a primeira parte desse importante texto. A saída e a alegria do primeiro ano
Éramos 13 pessoas saídas de uma igreja que estava entrando em decadência devido aos fatores de esfriamento da paixão pelo evangelho e politicagem sacerdotal (quando pastores se tornam marionetes nas mãos de bispos esfomeados por dízimos e apoios políticos). Começamos a realizar cultos em uma varanda, com instrumentos emprestados. Muitos amigos e pessoas vieram congregar conosco pois há muito tempo aguardavam nossa saída para iniciar uma comunidade eclesiástica independente e cujo pastoreio real fosse a marca registrada. O coração do nosso líder era uns mistura de paixão pelas almas com a fé de que Deus o respaldava em sua jornada rumo à um destino desconhecido e rascunhado somente por metas. Ele era um atalaia apaixonado pela visão e pelos seus. Se orgulhava daqueles poucos 13 corajosos que largaram a fartura material de uma igreja e foram cultuar o seu Deus em uma varanda. As atitudes que ele teve respaldava até então toda a nossa confiança no ministério do qual Deus nos confiava. O primeiro ano foi se formando, muitas pessoas se agregando e se sentindo apaixonadas pelo evangelho porque era a primeira vez que viam um modelo de igreja que fizesse o pastoreiro real. Em menos de um ano havíamos chegado ao número de quase 100 pessoas somando os crentes que migravam a procura de pastoreio e os novos convertidos. Foi uma das épocas mais marcantes porque tudo era muito inocente, puro e apaixonante. Não havia em nosso meio fervor algum que não fosse a busca pelo próprio Deus. Uma busca que não se preocupava com os olhares de julgamento das pessoas que nos difamavam na igreja que deixamos. Uma busca que não se preocupava com questões estéticas ou materiais. Tudo que havia ali nos bastava, porque só o Deus era o nosso bastante. Claro que o desejo de criar uma igreja estruturada para proporcionar conforto ao povo era latente. Mas, a simplicidade do que tínhamos para oferecer (nós mesmos) parecia saciar o coração do Pai naquele momento. Nesta etapa foram criadas poucas "células" (grupos de estudo da palavra) em bairros onde moravam a maioria das pessoas que freqüentavam a igreja. Até neste momento, a escolha dos líderes e do local foi propício para o crescimento. Pois não teve como ponto de partida nenhuma motivação classista. Mas, tão simplesmente ir de encontro com os que sofrem nas comunidades mais carentes. As células lotavam de pessoas sedentas e carentes por pastoreio. Alguns desconfiados, mas havia um princípio de comunhão e anseio por levar a pessoa de Cristo que respaldava cada ação nas células. Os jovens se amontoavam ao lado dos adultos. Tudo o que havia, em termos estruturais, era uma casa cedida pelos membros e um aparelho de CD que era usado para tocar músicas enquanto adorávamos ao Senhor. A falta de recursos financeiros, a precariedade nas condições gerava uma total dependência do Espírito Santo. Esses fatores criaram uma atmosfera única. Incrível como a escassez de recursos financeiros e materiais nos levam uma dependência total de Deus. Posso dizer com total certeza de que esta foi a fórmula perfeita para o sucesso que estava se desencadeando aos nossos olhos. Um sucesso que, por conta de escolhas equivocadas e motivações deturpadas, foi dando lugar a perda do alvo que eram as 5mil vidas resgatadas em 3anos.
Mesmo com fervorosas manifestações contrárias de alguns amigos, sigo em frente crendo que estes relatos irão causar o impacto bastante ao ponto dos envolvidos olharem para trás e reverem suas condutas, seus erros, seus acertos e buscar reatar a comunhão perdida, esquecida ou obstruída pelos interesses pessoais e pelos egos incontroláveis. Se Deus reconstruiu o seu templo várias vezes e na última fez a maior obra de arte de todos os tempos, por quê não será capaz de reconstruir um dos maiores planos de salvação já experimentados na Região dos Lagos?
Tudo dependerá se os responsáveis deixarão o ego ser quebrado pelo arrependimento e confissão dos pecados.

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