5.11.11

A Rasa está triste hoje. Vá em paz velho Rui...

O VELHO RUI

Neste dia 4 de Novembro de 2001 se foi o velho amigo Rui Bezerra. Nordestino do Estado do Rio Grande do Norte, bom de papo, bom de copo, bom de farra, excelente motorista, contador de estórias, amigo de infância do grande lateral esquerdo Marinho Chagas, e muito amigo dos seus amigos.
Conheci o Rui durante a Copa do Mundo de 1986. Encantei-me com aquele sujeito engraçado com uma camisa do Fluminense, na mesa ao lado no bar onde bebia uma cerveja. Ao mesmo tempo em que via o jogo, contava estórias engraçadas, mexia com um pescador que detestava ser chamado de Caramuru, reclamava do jogo, dizia que o Telê Santana era um merda por não ter convocado mais jogadores do Fluminense e ria mais do que todos os presentes de seus comentários. O Rui por onde passou deixou amigos, e alguns amigos o deixaram quando Búzios se emancipou e foram criados dois grupos políticos na cidade, onde alguns destes amigos não aceitavam a maneira natural e crítica dele falar da cidade. Patrões e filhos viraram amigos e o convidavam para suas festas e mesmo ex-patrões quando se tratava de fazer uma viagem longa o chamavam para levá-los, já que confiavam demais nas mãos do velho Rui ao volante de seus carros.
Trabalhamos em um período de três anos juntos na Câmara dos Vereadores, embora fosse motorista da Presidência da Casa Legislativa, era visto em total confraternização com todos os vereadores e assessores, fossem da situação ou oposição. O cara era querido por todos.
Inclusive levado pelo presidente, andou uma época freqüentando uma igreja evangélica, mas saiu por dizia que la dentro tinha muito mais pecador do que ele, e até chegar à vez dele ser perdoado ia estar muito velho.
Lembro de tê-lo encontrado há algum tempo atrás sem poder enxergar devido uma operação de catarata, onde me contou que uma vizinha tinha feito um comentário sobre ele estar bebendo cerveja naquele estado de cegueira momentânea, e ele respondeu para ela que bebia com a boca e não com os olhos.
O velho Rui tinha uma máxima que era dizer que quando morresse não queria que botassem algodão no seu nariz já que tinha alergia, e que em vez de flores, enchessem o caixão com latinhas de cerveja, no lugar do travesseiro, botassem uma garrafa de vodka e uma de cachaça, e embaixo dos pés, uma churrasqueira desmontável. Tudo isto era para se precaver quando chegasse “lá em cima” Ele dizia: - Se eu chegar lá e não tiver uma birosca e abro uma.
Amigo Rui! Quanto às bebidas e a churrasqueira, não foi possível, mas os algodões no nariz não colocaram, eu fui conferir, e se tivessem colocado eu teria tirado. Boa viagem e esteja em paz. Um dia nos reencontraremos.

Julio Medeiros 

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