28.11.11

Uma historia engraçada em Barra de São João. Existencialistas Transcendentais na madrugada!


Ou o dia que me tornei um sábio bêbado. 

Lá nos  primeiros dias do século XXI, eu  estava bem metido a filosofar, não só eu mais um grupo de garotos e garotas. O festival do Crustáceo em Barra de São João sempre foi uma festa que trouxe muitos jovens assim, vindos da Serra e de lugares mais alternativos do Rio.
Pra começar a historia, lembro-me de estar em frente ao bar do Peter – uma lenda viva de Barra de São João-  experimentando Steinhaeger  com cerveja, para ver se realmente fazia pirar, como dizia a letra da musica da banda de rock mineiro Tia Anastácia.  Fez rsrs.
Daí pra frente minhas lembranças daquela noite são quadro a quadro.  Um encontro com uma ex-namorada na esquina  do bar; Eu cumprimentando vários amigos, bebendo mais um pouco e depois pulando junto com um  monte de gente no show do Geraldo Azevedo –  festa mais bicho grilo impossível-  e cantando: “ Apenas apanhei na beira mar um taxi pra estação lunar!”, que trocamos o final do refrão pra “ Apenas apanhei na beira mar um baseado pra eu fumar” Era só brincadeira rsrs.

Lá pro fim da festa,  alta madrugada, encontrei meu primo, o musico Alex PP, em uma barraca de lona sentado com um monte de gente tomando cerveja.  Desabava uma chuva do cacete.  Sentei apenas na intenção de filar uma cerveja – olha, eu tava sem um tostão no bolso-  e o papo tava animado e foi chegando o amigo do amigo do amigo de alguém e  logo estava uma galera enorme  quem quase não se conhecia direito, divertido.  Eu estava até então tranqüilo, tava mirando uma loirinha mas tinha certeza que não ia dar em nada. Foi quando Alex me jogou no fogo: “ Victor fala ai pra galera daquela parada que você me falou não sei quando – se ele não sabia imagina eu- sobre transcendência de ver uma arvore e enxergar tamancos!” .  O que? Pensei: “que porra é essa?”. Eu poderia ter rido e tudo teria acabado ali, mas minha vaidade era maior e vi que todos se viraram pra me ver explicar aquela loucura.
Engoli a cerveja quente do meu copo e falei. O que eu falei? Não faço idéia, mas  um hippie velho disse emocionado: “ Eu entendi!”.  Mas quando eu pensei que tinha acabado ai a namorada desse hippie disse: não entendi repete? Puts, eu nem fazia idéia do que tinha dito e então disse outra coisa totalmente diferente. Todos adoraram! Foi uma catarse, fui ovacionado. Oh, na hora só pensei que tinha conseguido chances com a loirinha rsrs. Mas... sempre tem um mas....e um  Zé ruela que estudava engenharia em uma faculdade de filho de papai, mas tinha uma namorada maneira, me disse pra  repetir e assim, um bando de gente que na verdade não tinha entendido – até porquê não havia nada pra entender- me pediram pra repetir. Eu pela terceira vez disse qualquer coisa coma convicção de um mestre,  com a mente embotada de álcool  disse outra coisa totalmente diferente das duas anteriores.  Pensei: agora é o meu fim, vão me desmascarar. Mas não! Todos ficaram eufóricos novamente, eu fui cumprimentado pelas pessoas do outro lado das três mesas que juntamos pra caber todo mundo.
A namorada do hippie, que também devia ser hippie, me disse assim: “ Achei seu pensamento muito Ant- ecológico! Puts! Ela se ligou na questão    de transformar arvore em tamanco no processo de cortar a arvore para fabricar os chinelos de madeira!  Ahhahahahaha, que viagem, pensei. Mas como eu não fazia idéia do que eu estava dizendo, disse a ela que não agüentava mais o pensamento politicamente correto, era muito careta. Ela mexeu a cabeça concordando comigo em me disse que se sentia velha. Aham? È isso mesmo, eu já tinha virado um venerável a quem as pessoas pedem conselhos! Ela me falou que era professora e que seus alunos a chamavam de senhora. Disse; deve ser porquê você é a professora deles né. Ela ficou feliz a beça com minha resposta.

Preciso dizer que eu com isso ganhei condições com  a menina loira.  O dono da barraca pediu licença porque já era tarde e ninguém estava comprando mais nada.  Fomos todos embora, todos me davam tchau como se eu fosse à reencarnação de algum monge tibetano.  Fui então pela rua, eu o Alex a loirinha e sua amiga.  Caminhamos até o Praião, consegui alguma coisa com a loirinha, que nunca mais vi, e o sol nasceu atrás das nuvens de uma manhã nublada.   Dormir todo aquele dia, era Domingo, e a noite é outra historia.

Victor Viana @VianaBuzios 

2 comentários:

  1. Cara, essa "crônica" da vida real é muito legal. Dei belas gargalhadas.

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  2. PÔ cara, só agora vi seu comentário. Obrigado por ter estado aqui e lido. Que bom que gostou. envie sua colaboração para o blog. Abraços.

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