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Simbolo sagrado |
Eu nunca fui um garoto que me importei com o futebol. Sofri um pouco com isso na infância, porque nessa idade um menino que não joga ou nem mesmo sabe sobre futebol é bem zoado - ou ao menos era- mas um dia eu cresci. Já adolescente eu tinha opinião suficiente para estar cagando e andando para o futebol e quem quer não entendesse minha falta de interesse em jogar e saber sobre isso. Voluntariamente vivi alheio a esse esporte. Não me atrapalhou em nada na vida, ta ai uma coisa que não me fez falta. Mas de repente cresci mais e mais...me tornei um homem, me casei e tive filhos. Meu irmão mais novo foi quem de repente passou a gostar muito de futebol, meu irmão do meio também não teve muito interesse por esse esporte. O Vinicios oi usando uma camiseta de um time e de outro time até que meu pai o presenteou com uma camisa do Fluminense. Acho que até ali ele nunca havia reparado que esse era o time do meu pai. O Vinicios começou uma verdadeira cruzada para que todos assistissem o jogo com ele. De repente senti o sinal que a vida estava dando e fui ao guarda roupas e retirei uma camisa velha - porem oficial - que meu pai me dera e que eu nunca usará- do fluminense!
Assim começou uma das maiores comoções de nossa família; os jogos do Fluminense. Simplesmente tonrou-se nossa identidade; uma família de tricolores! Meu pai sempre conta a mesma historia, e nos fingimos que nunca ouvimos antes, de que ele é tricolor dês de 1964. Eu continuo entendendo bem pouco sobre as regras menos básicas do jogo e confesso que deixo de assistir vários jogos e se o Vinicios não me conta não saberia que estamos na quinta colocação desse campeonato. Mas vocês precisam ver um jogo do Fluminense quando estamos todos - tem sido pela velocidade do tempo cada vez mais difícil- juntos em frente a TV na hora do jogo. Meu pai senta-se em sua própria cadeira ou poltrona, sua posição é destacada da nossa. Eu Leo e Vinicios sentamos juntos e o meu filho Davi fica no meu colo e o Dani no colo da Camila.
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Odiado e amado em menos de uma hora. |
Passamos todo o primeiro tempo xingando o Fred - nosso principal jogador na atualidade- e reclamando do Fluminense. Sofremos; meu pai permanece serio e quieto, eu digo que não vou mais torcer por essa porra de time - uso esse termo mesmo- e Leo se levanta e vai fazer qualquer coisa. Vinicios Xinga a mim e ao Leo e diz que não somos tricolores de coração e que na verdade até meu pai não merece torcer pelo time. Mas se no segundo tempo de repente o Fred acerta o pé e gooooool? Porra, nos levantamos todos juntos e gritamos; “ puta que pariu! È freeeeed, é tricolooooor!” Nos abraçamos e jogamos o Davi - meu filho- para o alto. E Davi passa então achar que qualquer um que faça gol no Fluminense é o Fred. Comentamos de como Fred entrará para a historia como um herói tricolor e meu pai finalmente fala e discute as ações do jogo- como deveria ter sido e como não deveria ter sido- com o Vincios. Eu e Leo nos limitamos a apenas sorrir e repetir para o Davi que foi gol do Fluminense. Camila nessas horas é a companheira do Vinicios nos comentários sobre as regras e tal - é ela que me explica quando ta impedido- e e beijamos o escudo de nossas camisas... É nosso culto, nossa missa, particular. O momento que Eu meu pai meus irmãos e meus filhos nos tornamos apenas uma coisa só. Um coração verde, branco e grená!
Victor Viana @VianaBuzios
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