7.2.14

Funkeiros de Búzios querem mostrar sua arte


Por Victor Viana

O Funk mobiliza milhares de pessoas na cidade do Rio, mas vai bem além das fronteiras cariocas (Tornou-se celebre no ano passado a artista americana Byonce dançando ao som de Lek lek lek). De Aperibé a São Gonçalo, a cultura funkeira gera frutos por todo o interior do estado.  A Secretaria de Estado de Cultura (SEC) começou a partir do dia 15 de dezembro do ano passado, caravanas para divulgar o *edital de Bailes e Criação Artística no Funk, que recebeu inscrições até o dia 31 de janeiro. O aporte financeiro total é de R$ 650 mil. O edital fornece apoio financeiro de até R$ 20 mil a projetos de produção de bailes funk, e de até R$ 15 mil a projetos de produção musical, circulação artística, audiovisual, memória ou comunicação.

Luzinho Viana 
Equipes da SEC foram a São Gonçalo, Niterói, Belford Roxo, São João de Meriti, Nova Iguaçu, Duque de Caxias, Angra dos Reis, Bom Jesus do Itabapoana, Campos dos Goytacazes, Macaé, Cabo Frio, Petrópolis, Três Rios, Barra do Piraí, Volta Redonda e Barra Mansa. O objetivo era  divulgar o edital.  A Secretaria de Cabo Frio realizou a reunião aos interessados de nossa região. A Secretaria de Cultura de Búzios não participou, segundo o secretário Alexandre Raulino, por ter sido uma ação exclusiva e pontual da Secretaria de Cultura do Estado  com Cabo Frio, "Búzios não foi nem mesmo informado sobre a realização da reunião do edital em Cabo Frio. Foi uma coisa feita entre o estado direto com a prefeitura de lá. Mas é aberto para toda a região e há como os interessados aqui de Búzios se inscreverem pelo site também. Mas é importante que fique claro que só não divulgamos por não termos mesmo a informação. Apoiamos toda e qualquer manifestação cultural, e isso inclui o Funk", disse por telefone.
A reunião foi realizada na sede da Secretaria Municipal de Cultura - Cabo Frio com os representantes da Secretaria de Cultura do Estado do Rio de Janeiro (Superintendência de Cultura e Sociedade) e (Gerente de Culturas Urbanas) mais artistas locais sobre o Edital .

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O produtor de eventos, Luizinho Viana,  nascido em Búzios e morador do Capão, lamenta que não tenha havido divulgação do edital  pela Secretaria de Cultura do município, " trabalho com evento e sei que o Funk em Búzios é do gosto da grande maioria do público. Claro que se houver incentivo do Poder Público aos poucos os talentos sairiam do anonimato. E novos talentos surgiriam constantemente. Se eu tivesse tido essa informação teria participado como produtor", opinou o jovem buziano responsável por divulgar MCs de nossa região que estão ganhando o Brasil. Entre eles o Mc  Falzin , Caju , Gávea e Lc, todos de Cabo Frio, "  Aqui em Búzios todos que tinham sumiram por falta de oportunidades", lamenta.

O professor Fábio Batista (Fábio Emecê), que também é conhecido por seu trabalho como rapper e hoje é superintendente de Igualdade Racial em Cabo Frio, explica: "Existe uma demanda regional de produtores, artistas e fomentadores que podem ser beneficiados com o edital, sem discussões sobre valoração de cultura a ou b, se é um benefício, os atores tem que usufruir. porque é uma produção consolidada nas periferias cariocas. Já interfere direto na maneira de ser e agir das pessoas então precisa ser fomentada. O preconceito sempre rola com relação a 'produtos via agentes periféricos'. Mas tem um porém, quem disse que o preconceito impede a produção? Nunca impediu e não vai ser agora. O edital é uma oportunidade".

Houve um edital como esse em 2011 em que se editou  o livro 101 Funks Que Você Tem Que Ouvir Antes de Morrer, do jornalista Julio Ludemir e o documentário do cineasta Marcelo Gularte "Magalhães, Uma Lenda Viva do Funk".

* Em 2009   por decreto tal assinado pelo governador Sergio Cabral o Funk passa a ser oficialmente patrimônio cultural do Rio de Janeiro.


Matéria publicada originalmente em O Perú Molhado 









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