Ieshua estava em meio aos outros, era um em meio a massa. Mais e mais pessoas chegavam em frente as obras da South of Company, os jornalistas se acotovelavam pelos melhores lugares para fotografar Ieshua, mas não sabiam qual era a aparência dele. Quando a policia chegou e os seguranças se organizaram frente a multidão indícios de grande tumulto começaram em meio a turba; Ieshua subiu em uma pedra que o deixou em posição favorável a falar a todos; alguém lhe passou um mega-fone.
Um silencio recaiu sobre os manifestantes, e só se ouvia os som dos disparos da maquinas fotográficas dos repórter e curiosos, Ieshua falou: “ Feliz é todo homem e mulher que não se dobra diante do opressor. E quem é o opressor e quem é o oprimido hoje aqui nessa tarde? O opressor não é South of Company!” um falatório alastrou-se imediatamente diante de uma afirmação tão mal vinda naquele momento, mas logo acabou quando Ieshua elevou sua mão e direita pedindo de volta a atenção de todos e completando sua fala: “ O opressor não é a South of Company porquê nós não aceitaremos ser os oprimidos! Pois todo homem e mulher nasce livre e pleno de direitos de gozar deste mundo, independente de classe, raça, credo e opção sexual. Grupos diferentes se reúnem aqui hoje e aparentemente lutamos por causas diferentes; mas uma coisa nos une e o direito de estarmos no comando das decisões dessa obra, pois essa terra é nossa.” . Realmente cada grupos ali reunido tinha sua própria visão do que era certo fazer em relação aquela empresa estrangeira em Armação dos Búzios; mas a pessoa de Ieshua unia a todos e o mundo estava vendo tudo ao vivo via internet. Ieshua virou-se na direção dos portões fechados e dirigiu-se ao escritório da companhia no interior da obra; os executivos não estavam ali com certeza, mas era simbólico e eles com certeza estavam ligados aos acontecimentos seja lá onde estejam: “ Queremos entrar e negociar uma nova forma de trabalho junto a vocês South for Company! Será justo a todos e podemos fazer de forma que não se agrida mais o meio ambiente frágil dessa praia; temos arquitetos e engenheiros com projetos alternativos aqui. Temos a oportunidade de inauguramos um novo tempo entre trabalhadores, empregadores e meio ambiente!’., no fundo de seu coração desejou que os portões se abrissem; mas não foram abertos e a policia soltou os cachorros . O chefe da segurança de um mega fone anunciou que os portões não se abririam e que todos voltassem a suas casas. Os portões então se abriram; não foi milagre, foi por força da multidão que não recuou diante das bombas de borracha, cães raivosos e toda a violência do Estado. Ieshua ia na frente com seu capacete de ‘peão’ na cabeça.
Pela TV os representantes das igrejas assistiam a tudo enquanto tomavam chá com bolinhos.
Invadiram a empresa e foram armando acampamento. Em quanto Ieshua subia, junto com mais uns 10 ou 12 operários - homens e mulheres- mais próximos. A turba gritava: o nome dele. No meio da multidão um homem com rosto de traços finos e olhos fundos observa a tudo em silencio, estava convencido que Ieshua só chamava atenção por ser um líder operário exaltado e já ia voltar para o hotel e contatar as igrejas de que não se preocupassem mais quando de repente uma voz de mulher emergiu em meio a multidão: “ È o Cristo de Deus”. A aquela frase foi como fogo em um pavio que detonaria uma bomba. Primeira pagina dos jornais e tablóides de todo mundo, assunto de rodas de debates dem rádios e matéria em programas de TV: O Cristo lidera revolta de trabalhadores no balneário de Búzios, no Brasil”. O representantes das igrejas engasgara-se com os bolinhos.
Diante da noticia de que era o Cristo, Ieshua recolheu-se e procurou não se expor tanto. Mas sua coluna diária - agora reproduzida em jornais de todo o mundo- continuava saindo e desafiando o mundo através do Galo Encharcado. O acampamento já durava 3 meses e muitos trabalhadores estavam ansiosos e insatisfeitos com a demora, ameaçavam tomar medidas mais extremas; pegar em armas.
Uma tarde de calor - o vento comum da Região dos Lagos havia sessado- Ieshua se encontrava muito cansado e fitava o horizonte do alto do morro de Sant'Anna. sentiu que alguém se aproximava, teve medo por sua vida, mas virou-se com calma para ver quem se aproximava; parecia um anjo. Era uma mulher, uma linda mulher...
10.1.12
6.1.12
Não é o usuário nem o capeta o culpado pelo avanço da droga em Búzios.
A repressão não é eficaz.
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Duas drogas ilícitas |
Escutei de um pastor protestante no ônibus esses dias que era o capeta que estava investindo sobre a cidade de Búzios e espalhando a droga entre os jovens; que é a falta de Deus - entenda-se falta de religião, mas exatamente de igrejas evangélicas- que leva os jovens a usarem drogas. Por outro lado muitos querem sustentar a simplista tese de que é o usuário que mantém o esquema da droga; esquecendo-se que a droga é um negocio organizado como venda de álcool, cigarros, calcinhas e celulares com pesquisa de mercado e até propaganda; a única diferença é que é ilegal.
Na terceira edição do Jornal A Rasa publiquei a matéria do jornalista Sergio Menna onde noticiamos a apreensão de 239 pedras de crack na Rasa e ainda o desmonte de um disck drogas. Com certeza uma grande ação da policia militar, mas esse tipo de ação - mesmo que sempre necessária- nunca resolveu e nem resolverá o avanço das drogas. Pura e simplesmente porque o uso de drogas é um habito tão antigo quanto a própria humanidade e nunca será exterminada da sociedade. Não achem com isso que sou a favor de ver nossos jovens escravizados a vícios nocivos e que causam tanta dor e sofrimento a dependentes e seus familiares, pois não sou. O que sei - não acho, eu sei- é que só o que pode estancar esse processo de domínio da droga sobre a juventude é a implantação em caráter de emergência de educação, trabalho, cultura e lazer, tudo que não há para o jovem buziano. Uma escola esvaziada de seu sentido de ensinar os jovens a pensarem somada a total falta de empregos justos e ainda o fato de essa ser uma cidade sem teatros, projetos artísticos, cinema acessível , museus e incentivos as manifestações culturais das próprias comunidades. Ainda há questão de que, fora a gratuita praia e alguns showsinhos aqui e ali durante o anos não há ações de lazer na cidade. È isso que detona na mente ociosa, mas fervendo de vontade de viver novas e intensas experiências, o desejo pela droga.
Victor Viana @VianaBuzios
3.1.12
O Cristo sumiu! Ele não está nas igrejas. ( Quarto capitulo) uma novela de Victor Viana
O homem que estava atrás do guichê era o homem calvo que
havia sido pego roubando comida e que Ieshua tinha defendido. “ Veja o verme que você protegeu Ieshua!”,
disse o operário que se revoltou com os descontos de seu salario.
Em uma das igrejas o padre iniciou a missa para as meia dúzias
de pessoas de sempre, idosos que nem tinham ficado sabendo dos rumores
do sumiço do Cristo. Na outra
igreja a pastora elevou a voz em fez todos os gestos comuns ao culto de sempre,
a igreja lotada, em tanta euforia e emoção que nem se deu falta de um Cristo;
foi mais uma invenção da imprensa. Nas
igrejas lá do distante oriente os sacerdotes celebravam uns para os outros um
intrincado ritual.
“ Se estamos insatisfeitos com nossos salários e se nos sentimos roubados; se não dão o valor a que merecemos...vamos então juntar nossas vozes para que se faça ser ouvida nossas reivindicações” disse Ieshua aos vinte e tantos operários reunidos na surdina . “ Mas o que é a voz de 20 peões diante de uma multinacional?” retrucou o mais jovem do grupo, um menino magro de olhos sofridos. Ieshua abaixou a cabeça por alguns instantes e logo em seguida a elevou com semblante serio. Na outra semana estreava sua coluna no polêmico jornal “ O Galo encharcado” , odiado pelas igrejas e comunidades cristãs de toda Armação dos Búzios. Ieshua abria o verbo contra os desmandos da South for Company . A empresa sem rosto logo emitiu uma nota fria informando a Ieshua que passasse no RH da companhia ; o levante de operários foi de uma proporção nunca vista por aquelas bandas. Procurado por um grupo de ambientalistas Ieshua tomou conhecimento mais profundo das consequências que a obra do complexo de condomínios na reserva da praia do Forno estava causando ao ecossistema. Ieshua voltou seu olhar e coração para a situação de corrupção na politica local que permitiu que um empreendimento como aquele fosse aprovado. A greve dos operários foi marcada para a mesma data em que os ambientalistas invadiriam a sede da construção para forçar a parada das obras; eram duas classes lutando por coisas diferentes, mas Ieshua era o ponto que os unia através da fome por justiça. As equipes de reportagem tomaram conta de Búzios e pela TV, Radio, Jornais e Internet o nome, o rosto e a voz de Ieshua chegavam a todos os cantos do mundo.
As especulações de todos os tipos, e vindas muitas vezes
de dentro das próprias igrejas, de que aquele rapaz era o Cristo que havia
sumido dos templos das instituições religiosas, se espalhavam e tornavam-se o assunto do povo e a esperanças de todos os
estropiados do mundo. Búzios em pouco
tempo tornou-se uma Meca, e os pousadeiros e donos de restaurantes estavam felizes,
mas havia discordância entre alguns
formadores de opinião locais se o personagem Ieshua atraia um turismo de “qualidade” ou não. Os representantes das igrejas reuniram-se as
pressas; não podiam mais fingir que ele não estava fugido.
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